Pular para o conteúdo principal

ATA DA 1ª MESA-REDONDA DA ADEGRAF

Ata da 1ª Mesa-Redonda da Adegraf
Local: Gráfica Coronário
Dia: 20/11/2008
Horário: 19h30

- Release -
O tema em debate foi “Modelo de Negócio”. Foram abordadas alternativas de modelos de negócio que hoje existem no mercado do Distrito Federal: suas características, condições de trabalho, relacionamento com clientes e fornecedores, dificuldades e soluções encontradas, entre outras situações.
Foram quatro profissionais participantes (Paulo Bertoni, Carlos Neri, Eduardo Menezes, Marcelo Terraza), com a mediação do Vice-Presidente da Associação, Wagner Alves, que conduziu o debate utilizando perguntas e estimulando a participação de todos.

- Ata -
Às dezenove horas e trinta minutos do dia vinte de novembro do ano de dois mil e oito, reuniram-se na Gráfica Coronário os debatedores Paulo Bertoni, Carlos Neri, Eduardo Menezes, Marcelo Terraza; e os Associados Sílvio Lopes, Simone Silva, Eneida Figueiredo, Fátima Leão, David Borges, Wagner Alves, Aline Pereira e Paula Scherre para a realização da primeira Mesa-redonda da Adegraf.
A mesa redonda teve início com a apresentação do gerente comercial da Gráfica Coronário, Edson Norton, agradecendo a presença de todos, falando sobre a importância desse tipo de evento e sobre a disponibilidade da Gráfica em sempre estar aberta a apoiar essa e outras iniciativas em prol do Design e da Associação.
O mediador Wagner Alves, Vice-presidente da Associação, abriu as discussões da mesa-redonda, apresentando o tema e a regras para realização desta “troca de idéias”.

[Para efeito de comparação das opiniões dos debatedores, as opiniões de cada um foram organizadas e agrupadas em tópicos]


Bertoni

Formação: Tem formação em publicidade e branding. Por gosto pessoal, começou a estudar e se interessar por Design. Hoje em dia todos os clientes vêm do Design.

Sobre o escritório: Possui um escritório de Design vinculado a uma agência de publicidade. Esta ação em conjunto permite que haja a troca de trabalhos entre as duas empresas. No início de sua experiência profissional, passou 3 anos trabalhando sozinho e fazia de tudo. Atualmente, a empresa é formada por diferentes profissionais e há a divisão de tarefas. Sua equipe de criação é composta tanto por Designers formados quanto estagiários, todos contratados. Mas, dependendo do trabalho, também possui uma rede de profissionais freelancers que pode contratar como, por exemplo, fotógrafos, redatores, entre outros profissionais. Ressaltou que a divisão e troca de idéias que uma equipe permite é muito importante. Essa divisão de tarefas dentro da empresa permite que ele foque seu trabalho no Design e no atendimento ao cliente. Ressaltou que o cliente quer falar com o criador. O fato de possuir um escritório de Design vinculado com uma empresa de publicidade permite que ele forneça aos clientes produtos completos e acompanhamento desde a concepção até a entrega final do produto pronto e acabado. Para ele é importante que o Designer também saiba e consiga vender seu produto, ou seja, uma pessoa de negócios do Design. Atualmente seu público é formado praticamente por empresas privadas. Às vezes participa de licitações.

Forma de cobrança: A cobrança de trabalhos é via valor mensal pago por cada cliente e ao longo do mês os clientes vão demandando serviços diversos. A vantagem desse método é ter sempre um valor mensal com o qual a empresa pode contar para o seu planejamento e crescimento continuado. Porém, a desvantagem é que às vezes somente um trabalho demandado já custaria todo o valor mensal pago, caso fosse cobrado à parte.

Apresentação do projeto: leva o material impresso, mas o trânsito restante com o cliente é feito via PDF.


Carlos Neri

Formação: Formado em publicidade.

Sobre o escritório: Possui um escritório de Design, que apesar das demandas de publicidade, decidiu focar seus trabalhos somente no Design. Possui uma empresa “enxuta”, composta de três funcionários fixos. Mas possui também vários profissionais que prestam trabalhos por freelancerr. Cada equipe é montada de acordo com o projeto. Por opção não quis aumentar o seu escritório e se julga não muito empreendedor.

Forma de cobrança: Já tentou trabalhar com valor mensal, porém não deu certo. A estratégia que usam hoje é trabalhar e cobrar por projeto. Para evitar o não pagamento pelo serviço, cobra 30% do valor do projeto no ato da primeira apresentação. Para fazer a cobrança de seus trabalhos, utiliza a tabela de valores da Adegraf como referência.

Apresentação do projeto: O seu processo de apresentação de trabalho é basicamente eletrônico, usa pouca impressão. Nos dois sistemas, o trabalho de apresentação é bem elaborado, buscando especificar tudo quanto é possível, dando o máximo de informações. Usa todos os tipos de recursos para facilitar esta compreensão, até uma apresentação 3D, por exemplo.

Manutenção da marca na “cabeça do cliente”: Utilizam o cartão de natal e de aniversário como forma de fazer a marca ser lembrada por seus clientes.

Papel do Designer: Aponta para o fato de que também é papel do Designer criar uma cultura e conscientizar o cliente sobre Design.


Eduardo Meneses

Formação: formado em Design.

Sobre o escritório: Iniciou sua carreira trabalhando como Design/arte finalista em uma agência de publicidade, por ter tido dificuldade de encontrar empresas de Design que contratassem novatos. Depois de um tempo, resolveu abrir uma empresa para poder dar continuidade e focar nos trabalhos freelancers que surgiam. Aos poucos foi crescendo, sempre trabalhando com a área editorial e de identidade visual.

Forma de cobrança: Seu escritório também trabalha sob demanda. Para formular os preços dos trabalhos, ele usa a tabela da Adegraf como referência.

Apresentação do projeto: Ele não possui procedimento padrão de apresentação de trabalho, depende do tipo de cliente.

Manutenção da marca na “cabeça do cliente”: A forma que ele faz com que sua marca de mantenha lembrada pelos clientes é o envio de um informativo por email sobre algum assunto de Design, por exemplo, tipografia. Teve um retorno muito positivo desta ação, pois existiu uma demanda externa aos seus clientes solicitando o envio destes informativos. Porém como é um produto que exige tempo para ser feito, o escritório não tem tido tempo disponível para desenvolvê-lo com periodicidade regular, embora pretenda continuar em breve.

Formação do Designer: Levantou a questão de que a formação dos cursos de Design é voltada para a criação e não para o empreendedorismo, para a venda. Sente falta desse tipo de formação.


Marcelo Terraza

Formação: formado em artes plásticas, iniciou sua carreira como Designer quando foi chamado para trabalhar na gráfica da Fundação Educacional, profissão que exerce até hoje. Aprofundou os estudos sobre Design por interesse e assim que deixou a gráfica, começou a trabalhar em casa, experiência que não deu muito certo.

Sobre o escritório: Hoje tem um escritório, mas trabalha sozinho. Ele faz tudo: atendimento, orçamento, criação, produção acompanhamento na gráfica. Trabalha como terceirizado para algumas empresas e também terceiriza outros funcionários (como fotógrafos, por exemplo) quando o projeto demanda.

Apresentação do projeto: A cada trabalho que desenvolve aprende algo importante, como cobrar, negociar, a como apresentar um trabalho, por exemplo. Tem 20 anos de experiência em Design. Um ponto interessante que ressaltou é que, em um projeto de identidade visual, há uma maior receptividade do cliente em relação à marca e suas aplicações quando a apresentação é iniciada pelo manual de identidade visual. Ele acha que o tempo de apresentação e o conteúdo do manual permitem que o cliente compreenda a marca e, por conseqüência, compreenda melhor suas aplicações. Ele não usa impressão do material durante o trabalho. Tudo é feito com arquivos digitais. Ressalta a importância de a primeira apresentação do projeto ser sempre feita pessoalmente e de preferência com todas as pessoas que estarão envolvidas no processo decisório. As etapas seguintes do desenvolvimento é toda feita via PDF, email e telefone. Ele acha que este primeiro contato é importantíssimo para a aprovação e continuidade do trabalho.

Formação do Designer: Concorda com a idéia de que é importante o Designer ter um perfil empreendedor.

Manutenção da marca na “cabeça do cliente”: Ele não tem nenhuma forma de divulgação da empresa.

Forma de cobrança: Acha a tabela de valores da Adegraf uma ótima referência.


Sugestões para as próximas mesas-redondas:

  • utilizar esses espaços para aprimoramento dos profissionais da Adegraf;
  • aprender com os profissionais que estão no mercado como crescer e ser mais empreendedor;
  • palestras sobre “como fazer negócio”, com profissionais que podem ajudar o Designer;
  • palestras sobre Design Estratégico e Branding.

A Mesa redonda foi finalizada às vinte e uma horas.

Aline Pereira
Presidente da ADEGRAF

Paula Pereira Scherre
2ª Secretária da ADEGRAF

-----------

Contatos
Marcelo Terraza: artworkdg@gmail.com
Paulo Bertoni: www.bertonidesign.com.br
Eduardo Meneses: quizdesign@terra.com.br
Carlos Neri: www.grifodesign.com.br
Gráfica Coronário: www.graficacoronario.com.br
Adegraf: contato@adegraf.org.br


Postagens mais visitadas deste blog

ABNT disponibiliza primeira norma para serviços de design

Os serviços de Design tem sua primeira norma brasileira publicada, a ABNT NBR 16516 Serviços de Design - Terminologia , que conceitua os termos básicos do Design, e pode ser adquirida pelo site: http://www.abntcatalogo.com.br/sebrae/ Ela é fruto de dois anos de trabalhos da Comissão de Estudo Especial de Serviços de Design da ABNT (ABNT/CEE-219), uma parceria firmada entre a ABNT e o Sebrae, que contou com a participação de representantes de diversas instituições profissionais e de ensino do país (ADP, ADG, Adegraf, Abedesign, Prodesign-PR, Sindesign, ABD, Centro Brasil Design, Centro Minas Design, ABRE, Abiplast, Abinee, INPI, CAU, SEBRAE, PUC-PR, UERJ, SENAC, SENAI, UFPR, FAAP, UEMG e UniBH), e que também esteve aberta à participação pública pelos sites daquelas instituições. Os trabalhos da Comissão continuam em andamento, agora no desenvolvimento da norma ABNT NBR 16585 Serviços de design – Diretrizes para boas práticas , que está aberta para consulta nacional pelo site: http:/

A Marca do Designer

Em 1986, após sua saída da Apple, Steve Jobs chamou Paul Rand – um dos mais influentes designers gráficos do século XX – para criar a marca de sua nova empresa, a NeXT. Desse projeto, Jobs tirou lições que, segundo ele, todo o designer, cliente ou empreendedor deveria considerar. Nesta entrevista, ele contou como foi trabalhar com Paul Rand e o que aprendeu com o designer.  Já nós, designers, podemos aprender com a postura profissional de Paul Rand, se posicionando como especialista para resolver o problema da empresa. Jobs o descreve como, “mais que um artista, um solucionador de problemas de negócios”. Steve Jobs desejava que sua nova empresa tivesse um símbolo que fosse imediatamente associado à marca – algo que leva muito tempo e dinheiro para acontecer na mente do consumidor. Segundo ele, Rand encarou o projeto como um problema a ser resolvido, e não como um desafio artístico em si.  "O significado de uma marca deriva da qualidade do que ela repr

Terminologia básica no design de marcas

As terminologias ou nomenclaturas são o conjunto de termos particulares, designações ou palavras dentro de uma ciência, profissão, convenção ou empresa. Elas ajudam no entendimento coletivo sobre determinado assunto, dando a definição e descrição de termos utilizados naquela área. Ou seja, dão significado às expressões para que os profissionais e o público em geral possam utilizá-las de forma correta. Outra vantagem é a uniformização desses termos, dando unidade e evitando mal entendidos. No design gráfico isso não é diferente, no dia a dia usamos muitos termos bem característicos e outros que também já caíram na "boca do povo". Porém muitas vezes percebemos o uso incorreto de alguns termos. O glossário de termos dentro do design gráfico é grande, mas para começar escolhi alguns termos mais usuais, aqueles mais ligados ao Design de Marcas. Creio que esse artigo poderá contribuir para que possamos falar a mesma língua e difundir esses termos em sua forma mais exata. LOGOTI